A
GP Incorporadora de Imóveis deverá reformar casa após entregá-la sem a
estrutura prometida. A decisão é da 17º Câmara Cível do TJRS,
confirmando sentença proferida na Comarca de Caxias do Sul.
Caso
Compradores
entraram na justiça alegando que adquiriram uma unidade habitacional no
loteamento Paiquerê, em Caxias do Sul, mas ao adentrarem nas
residências, verificaram diversos defeitos.
Conforme
os autores, as falhas não estavam na propaganda do imóvel, como portas e
janelas marcadas, falta de rede elétrica e de esgoto, entre outros.
Segundo eles, a construtora tem a responsabilidade de reparar os danos
do imóvel, e destacaram os abalos morais sofridos, já que a empresa os
enganou sobre a qualidade do imóvel vendido.
A
empresa se defendeu e afirmou que a Caixa Econômica Federal, que
financiou a obra, realizou vistorias nos imóveis para verificar se
realmente estavam aptos a moradia. Alegaram também que, por se destinar a
¿pessoas de baixa renda¿, o loteamento não tinha previsão de
calçamento, instalações elétricas, hidráulicas e de esgoto, caso
contrário, haveria oneração da obra.
Decisão
Em 1º Grau, o Juiz de Direito Carlos Frederico Finger sentenciou a ré a corrigir todos os defeitos encontrados nas construções.
Houve recurso dos autores da ação, postulando a concessão também de danos morais.
No
Tribunal de Justiça o relator da apelação, Desembargador Gelson Rolim
Stocker, destacou as falhas da obra e a falta de complementação das
escadas, já que o acesso à moradia é um pressuposto para a
habitabilidade, e que sem a escada seria impossível o acesso.
Com
relação à indenização por danos morais, o relator afirmou que não
passou de um mero aborrecimento, não ensejando indenização por dano
moral.
Quanto ao dano moral, tenho que os defeitos
na construção empreendida pelo réu se constituem em mero aborrecimento
que não transborda a ofensa a direitos da personalidade, afirmou o
Desembargador.
Assim, a sentença foi mantida, devendo a empresa promover a correção dos defeitos da obra em um prazo de 60 dias.
O voto foi acompanhado pelos Desembargadores Liége Puricelli Pires e Giovanni Conti.
Processo nº 70070541891
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
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