Uma cooperativa de crédito rural ajuizou ação de cobrança contra seu
gerente e administrador pedindo o ressarcimento dos valores pagos por
ela em outro processo, uma ação de indenização por danos materiais, em
que ela e o gerente foram condenados solidariamente. Naquela ação ficou
decidido que o gerente e administrador da cooperativa deveria ter atuado
de forma mais transparente na obrigação de informar a seus clientes e
superiores sobre possíveis irregularidades cometidas dentro da
instituição.
Como ele não cumpriu essa obrigação, foi considerado
corresponsável pelos atos ilícitos que causaram prejuízos à autora no
outro processo. Sendo assim, em razão da decisão judicial transitada em
julgado, a cooperativa de crédito rural efetuou o pagamento integral do
débito, sub-rogando-se no direito de ser restituída pelo réu.
Ao analisar o caso, o juiz Fabrício Lima Silva, em sua atuação na 1ª
Vara do Trabalho de Varginha, verificou que as alegações da cooperativa
de crédito rural foram devidamente comprovadas pela sentença, pelo
acórdão e pelos comprovantes de pagamento no outro processo, anexados
aos autos da ação de cobrança.
O juiz sentenciante ressaltou que, nos termos do artigo 283 do Código Civil, "o
devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada
um dos co-devedores a sua cota, dividindo-se igualmente por todos a do
insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, as partes de todos os
co-devedores". No entender do magistrado, a cooperativa tem direito
ao ressarcimento de 50% do débito integralmente pago por ela no outro
processo, em que foi condenada de forma solidária juntamente com o seu
gerente e administrador.
Diante dos fatos, julgou procedente o pedido e condenou o gerente a
ressarcir à cooperativa o montante de R$43.804,99, com aplicação da
correção monetária a partir da data do pagamento da dívida e juros de
mora de um por cento ao mês, sem capitalização, desde a data do
ajuizamento da ação. Não houve recurso para o TRT, tendo a sentença
transitado em julgado em 29/08/2014. O processo encontra-se atualmente
na fase de execução, tendo sido deferida a sua suspensão por um ano.